Terapia e Aconselhamento: uma relação possível

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Será possível haver uma relação pacífica entre a atividade psicoterapêutica e o aconselhamento pastoral? Afirmo com muita convicção que sim, é possível.

Na verdade, esta animosidade que acaba sendo criada em volta do tema é fruto mais da ignorância do que dos fatos. Entre os pastores que conheço talvez um ou outro tenha receio quanto à psicoterapia conduzida pelo psicólogo. 

E também entre os psicólogos que são cristãos e estão convictos em nossa fé, desconheço algum que afirme que um pastor não deve fazer aconselhamentos ou que a prática do aconselhamento é errada ou não funciona.

“Aos pastores e aos psicólogos: limites”

Talvez a questão esteja relacionada à confusão que se faz entre aquilo que é espiritual e o que é de ordem emocional. Os pastores bem preparados sabem, pela experiência, diferenciar o que é de ordem espiritual e entendem a necessidade de fazer um encaminhamento quando percebem a existência de questões emocionais que precisam de atenção. 

Da mesma forma, o profissional psicólogo, quando compreende que a espiritualidade é parte constituinte do ser humano, orienta a que o paciente procure seu pastor para tratar do problema espiritual que foge à sua alçada.

É importante saber, assim, que o aconselhamento pastoral e a psicoterapia são práticas muito distintas, mas de forma alguma são opostas. Compreendo que o pastor pode e deve procurar aperfeiçoamento, inclusive estudando psicologia mas sem, contudo, perder o foco na questão espiritual. 

Aconselhamento pastoral e a psicoterapia não são opostas

E o psicólogo cristão não precisa esquecer-se de que é crente quando entra no consultório. Ele deve procurar se aperfeiçoar para compreender mais e melhor a espiritualidade, além de estar em dia com o exercício da espiritualidade em sua vida pessoal. 

O psicólogo deve, inclusive, procurar seu pastor e com ele tratar suas próprias questões espirituais. E os pastores, não devem deixar de procurar ajuda psicoterapêutica quando perceberem que seu sofrimento é de ordem emocional; já é ultrapassada a ideia de que o pastor não precisa de ajuda.

 

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