Renovação do Pacto marca constituição dos batistas

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Publicação oficial da Convenção Batista do Estado de São Paulo (CBESP), a Revista Batistas SP (BSP), em sua edição especial para o trimestre de julho a setembro de 2020, trouxe como reportagem principal a decisão tomada pelos mensageiros na 112ª Assembleia CBESP pela renovação da cooperação. O assunto foi apresentado com alguns desdobramentos. A íntegra do relatório já está disponível no site da CBESP.

Outros conteúdos da BSP21 já estão publicados, como textos do pastor Genilson Vaz, presidente da CBESP, e do pastor Adilson Santos, do diretor executivo do Conselho de Administração e Missões da CBESP. Ainda há a terceira reportagem da série “Doar é Amar”, produzida pela jornalista colaboradora Edna Geraldo. Para ter acesso a essa ou a outras edições da Batistas SP, clique aqui.

Pacto histórico – e renovador*

Mesa composta pela Diretoria da Convenção Batista do Estado de São Paulo na abertura da 112ª Assembleia (Edson Alcântara/IBBN/CBESP)

Por Chico Junior

Grandes marcos da vida humana costumam ser rememorados. O peso de seus significados na construção histórica e na constituição da pessoalidade está entre as principais razões dessas práticas adotadas pela humanidade desde tempos imemoriais. Para as experiências institucionais, tais marcadores temporais também colaboram à composição e à solidificação identitárias e, ainda, para vislumbrar direções rumo ao futuro.

A conjunção desses itens e de outros em um momento igualmente singular – o encontro anual dos batistas do Estado – figurou na renovação do Pacto de Cooperação das igrejas, proposta aprovada pelo plenário durante a 112ª Assembleia da Convenção Batista do Estado de São Paulo (CBESP), realizada na capital em outubro. O relatório da comissão responsável nasceu com intuito de revigorar o espírito cooperativo do povo batista.

Pr. Carlos Jones foi orador na 1ª noite (Chico Junior/CBESP)

“A renovação do pacto cooperativo é um tema muito importante para nossa denominação, pois mostra um interesse genuíno em aproximar as igrejas da CBESP. Também reflete uma das maiores oportunidades que as igrejas terão em repensar seu relacionamento com a denominação e renovar seu compromisso de caminhar com centenas de outras igrejas através da cooperação denominacional”, sintetizou o relator da comissão, pastor Guilherme Gimenez, ex-professor da Faculdade Teológica Batista de São Paulo.

Expectativa geral é que renovação revigore unidade

Em tempos de forte individualismo e separatismo faccioso, presentes e caracterizados por pessoas e grupos adversos à “igreja organização” e/ou aos relacionamentos fraternais, a iniciativa reforça e ressalta a importância da unidade cristã, da união eclesial, e também das unicidades denominacional e doutrinária. É um instrumento “para que as igrejas batistas continuem a se declarar que continuam firmes na doutrina”, afirmou o pastor Adilson Santos, diretor executivo do Conselho de Administração e Missões da CBESP, e presidente nacional da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil (OPBB).

Essa dinâmica do compromisso de união e unidade existe desde o nascedouro de uma igreja batista, cuja origem se dá a partir da visão evangelística e missionária – um dos mais fortes traços denominacional, aponta o presidente da CBESP, pastor Genilson Vaz. Ele destaca isso ao enfatizar o nível de seriedade implicado na organização de uma igreja local, aspecto que parte da Convenção Batista Brasileira (CBB) e se desdobra também nas convenções estaduais.

“Após sua organização, a igreja formaliza um pedido de filiação à CBESP, no qual declara que participará efetivamente desta Convenção, e se compromete a ser fiel, participante e cooperante com a denominação. No entanto, com o passar do tempo, e com a falta de exercício periódico por parte das igrejas em se lembrarem do que foi pactuado, alguns destes pontos vão caindo no esquecimento, ou muitas vezes, vão sendo abandonados. A ideia da renovação do pacto de fato, é ‘trazer à memória’, para que nossas igrejas reafirmem sua integral relação com a denominação, que se concretiza pela via da Convenção”, esmiuçou pastor Genilson acerca da essência desta medida aprovada pela 112ª Assembleia CBESP. 

Pr. Genilson coordenou assembleia (Renato Osis/CBESP)

Essa memória centenária dos batistas e de feitos denominacionais promovidos pela unidade e cooperação das igrejas em prol do avanço do Evangelho no País e no Mundo é contemplada nas linhas do relatório (veja neste link). O documento foi elaborado por um grupo de trabalho (GT) composto por dez pastores e três outros assessores.

De acordo com o relator, houve reuniões virtuais a partir de uma agenda com três grandes temas: história batista da cooperação, realidade da CBESP, e Renovação do Pacto. “Cada uma dessas equipes fez um trabalho independente e depois o grupo inteiro apreciou cada um dos textos trazidos. Dessa forma todos tiveram oportunidades tanto de produzir parte do texto como de corrigir ou melhorar o texto de outros”, explicou pastor Guilherme. Entre os componentes estavam também o pastor Fausto Vasconcelos, presidente da CBB. 

Proposta foi levada ao plenário e aprovada por mensageiros 

Questionado se um tema tão abrangente como este já havia sido conduzido em outras esferas denominacionais em território brasileiro ou no Exterior, pastor Fausto disse não se recordar de um conteúdo semelhante sendo submetido a um plenário, senão, no “Pacto de Relacionamentos entre os Batistas” – numa tradução livre de “Covenant on Intra-Baptist Relations” – conduzido ao Conselho Geral pelo secretário geral da Aliança Batista Mundial (ABM), Neville Callam, entre 2012 e 2013. O documento também foi aprovado pelos mensageiros. “Conquanto distintos no conteúdo, esses dois documentos, o da CBESP e o da ABM, convergem na necessidade de nutrirmos, fortalecermos e aperfeiçoarmos a unidade batista”, disse o presidente da CBB.

Louvor foi conduzido pela Ambesp (Renato Osis/CBESP)

Diante da resolução dos mensageiros no encontro convencional na IB Boas Novas, pastor Genilson apontou que a expectativa da Diretoria da CBESP é que a medida contribua para reavivar a unicidade denominacional. “A decisão unânime pelo plenário da 112ª Assembleia CBESP revela um desejo de nossa Convenção pela busca de caminhos que reafirmem nossa identidade e nossa postura. A liderança convencional tratou desta matéria por alguns meses, discutiu-a em várias instâncias, e através de seu Conselho Geral encaminhou para a decisão tomada pela Assembleia CBESP. A expectativa é que as nossas igrejas, a partir da compreensão de seus líderes, abracem a renovação do pacto, e que este momento nos conduza a reavivarmos nosso sentimento de unidade.”

Esse sentimento é compartilhado também pelo relator da comissão de renovação, pastor Guilherme. “Aguardamos agora que as igrejas respondam ao desafio de renovarem o plano cooperativo. Em breve, o relatório será enviado a elas, e caberá à CBESP se aproximar a partir da resposta que cada uma delas der. Algumas por certo poderão repensar sua falta de interação, entrosamento e compromisso com a CBESP e partir para um novo momento onde, incentivadas pelo documento de renovação do pacto, começarão um novo momento em sua história de cooperação com a denominação.” Foi estabelecido um período de três anos para que todas as igrejas sejam contatadas e renovem o pacto. Segundo o diretor executivo do CAM-CBESP, pastor Adilson Santos, a Equipe CBESP conduzirá um plano de ação e um cronograma para realização deste planejamento. 

Na avaliação do presidente da CBB, a iniciativa da Convenção Batista do Estado de São Paulo vai estimular outras convenções na busca da renovação pactual entre as igrejas locais. “É bem provável que a divulgação do documento votado pela CBESP encoraje outras convenções estaduais a elaborarem seu próprio Pacto Cooperativo. Sem dúvida, o Pacto Cooperativo da CBESP se constitui numa iniciativa excelente e impactante para nossa denominação no Brasil e no mundo”, afirmou pastor Fausto Vasconcelos.

*Reproduzido a partir da Revista Batistas SP (Ano IV / Edição 21).

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