Diretor geral do Colégio Batista Brasileiro, que engloba as unidades Perdizes, na capital paulista, e Bauru, interior paulista onde aconteceu a 111ª Assembleia da Convenção Batista do Estado de São Paulo (CBESP), o professor Gézio Medrado tratou do valor humano e sociológico da educação em seu artigo para a edição 14 da Revista Batistas SP (BSP).
A revista circulou no bimestre de maio-junho e abordou em sua capa a Campanha de Missões Estaduais 2019. Além desse texto, o site da Convenção publicou outros conteúdos da BSP 14, como a reportagem principal no Dia do Missionário Batista. A Batistas SP é o veículo oficial da CBESP e tem periodicidade bimestralmente. Clique aqui e tenha acesso as edições anteriores. Aproveite e faça seu cadastro para receber gratuitamente as próximas publicações em sua casa.
Formar cidadãos*
“Uma atitude pode mudar uma história”
Alguém já disse que devemos abrir os braços para as mudanças, mas jamais abrir mão de nossos valores. Isso me fez lembrar, até com nostalgia, meus tempos escolares como aluno, quando aprendi a entoar os hinos Nacional Brasileiro, da Bandeira, e da República. A perfilar com meus colegas de classe, antes da entrada na sala de aula. O respeito a professores, superiores, visitantes e aos idosos. Eram comum e usual todos os alunos se levantarem imediatamente à entrada do professor ou diretor.
O Colégio Batista Brasileiro, em seus 117 anos de atuação, tem adotado como filosofia educativa os princípios e valores cristãos, em busca de uma educação integral. Estamos convictos que a escola é o lugar onde a criança deve encontrar os meios e o ambiente propício para seus projetos de vida. Esse início de formação intelectual terá de ser de qualidade, pois poderá ser determinante para o futuro, na geração de um cidadão.
A propósito, um exemplo de ação missionária é o jogador Kaká, que defendeu o São Paulo, foi para o Real Madrid, Milan da Itália, e Orlando City – ele foi aluno do Colégio Batista Brasileiro – em recente entrevista a uma emissora, fez questão de enfatizar seus princípios ao grupo de jornalistas. Os próprios entrevistadores reconheceram que Kaká sempre fora um jogador diferenciado, “de boa família” e acima da média intelectual dos seus colegas de profissão.
Nessa mesma época, Kaká veio ao Colégio Batista e, durante palestra aos alunos e professores, reafirmou seus princípios cristãos. Não escondeu suas dificuldades em campo, de relacionamentos com jogadores e técnicos. Porém, ressaltou que, como cristão tinha plena confiança de que “Deus estava no controle de tudo”. Este e outros exemplos estão registrados na vida de jovens, hoje adultos.
Mas os tempos são outros, diriam alguns. Entretanto, encontramos os mesmos problemas e obstáculos há anos. Um dos maiores desafios de um governo é a formulação de políticas públicas adequadas a Educação Básica Brasileira. A formação de nossas crianças e jovens está sendo colocada em segundo plano, enquanto milhões são gastos, infelizmente, na construção de cadeias e presídios de segurança máxima, como os de Catanduvas (PR), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Mossoró (RN).
A triste estatística indica que o Brasil é o terceiro país em população carcerária, com um total de 800 mil presos. Nós ultrapassamos a Rússia, que ficou agora em quarto lugar, com 600 mil presos. Em primeiro lugar estão os Estados Unidos (dois milhões) e, em segundo a China, com 1 milhão e 600 mil.
A intervenção militar no Rio de Janeiro, durante os 10 meses, resultou num custo de R$ 72 milhões aos cofres públicos, com a operação do Exército. Nesses valores não incluem compras de equipamentos. Algumas críticas existem, porque nada foi feito contra as milícias e a corrupção.
Vamos ajudar de alguma forma, o governo a gastar mais com a educação para a formação de cidadãos. “Muito dinheiro e pouca educação é a pior combinação”.
Gézio Duarte Medrado
Diretor geral do Colégio Batista Brasileiro
* Reproduzido a partir da Revista Batistas SP (Ano III / Edição 14).