Capelania Prisional é levar amor de Deus aos presídios

Compartilhar

A reportagem principal da edição maio-junho da Revista Batistas SP (BSP) falou do trabalho missionário da CBESP realizado em alguns presídios do Estado. A capa serviu como destaque ao tema da Campanha de Missões Estaduais 2018 (“Percorrer São Paulo por amor aos que sofrem”), que foi antecipado na edição 7 da BSP.

Hotsite da Campanha de Missões Estaduais 2018
dispõe de todo o conteúdo de promoção para download

O texto aponta detalhes da mudança de vida de Alexandre Bernardo de Melo e de Pedro Sartorato Neto, o qual também cumpre pena em Franco da Rocha. Ambos citaram o valor significativo da capelania. A atuação do ministério e a participação da CBESP também foram citadas pelo diretor da unidade, Eduardo Vilas Boas. Os vídeos foram mencionados durante o 32º Acampamento de Promotores de Missões Estaduais, realizado no início de maio.

Outros trechos da BSP já foram reproduzidos, como a entrevista com a missionária Andrea Espírito Santo, complemento da reportagem sobre abuso infantil, e artigo do presidente da CBESP, pastor Manoel RamiresAs edições da BSP estão disponíveis gratuitamente para download.

NO CAMINHO DA LIBERDADE*

Durante culto no Centro de Progressão Penitenciária, internos acompanham leitura das Escrituras (Fotos: Chico Junior/CBESP)

Entre a população carcerária de 2.226 homens do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, estão 1.294 cristãos. É mais da metade do total de presos dessa unidade visitada pela reportagem, que está 27% acima de sua capacidade. Lá, um de cada sete se declara evangélico. É o caso de Alexandre Bernardo de Melo (40) e Pedro Sartorato Neto (42). Ambos são casados e aguardam rever os filhos – cada um têm três. Um deles chegou a ser líder numa igreja. Também foram presos mais de uma vez. “Esse trabalho (missionário) traz para nós um recomeço”, disse Alexandre, chamado de “pastor” por alguns internos, os quais ajuda com estudos bíblicos e com convites ao trabalho batista no espaço de culto. 

Diretor é grato pela ação missionária batista de resgate

Segundo a direção do CPP, a ação religiosa é essencial. “Já tive experiência de conhecer indivíduos que haviam mergulhado de cabeça no crime, se converteram, e tiveram uma mudança radical. Existe esperança. Uma possibilidade de mudança”, afirmou o diretor Eduardo Vilas Boas. Perto de completar 5 anos à frente da unidade, Eduardo é agente penitenciário há quase 25. Pedagogo de formação, trabalha como diretor desde 2005.

‘A maior ferramenta para mudanças é o Evangelho’
Eduardo Vilas Boas, diretor do CPP,
sobre transformação no caráter de preso

Uma das ações religiosas no CPP é o Ministério em Presídios de Missões Estaduais, com a missionária Laíde Vendramini e o pastor Oséias Ribeiro. A frente batista está entre as únicas cinco que atendem essa unidade prisional. Todas são cristãs.

“Ao levar o Evangelho, estamos livrando eles (os internos) de um mal maior, e de se tornarem piores para a sociedade”, declarou pastor Oséias sobre pregar nos presídios. Para ele, é uma tarefa clara de amor e obediência ao mandamento bíblico. Pedro concorda. Condenado a 6,8 anos, disse ter se afastado do Senhor e cedido à tentação. Mas, a presença da Igreja Cristã nos presídios agiu para o “resgate”. “Deus trouxe de volta o amor de Jesus ao meu coração”, declarou.

‘Vocês são uma esperança para nós’
Alexandre Bernardo de Melo, sobre a presença missionária

“A igreja precisa entender e aprender a lidar com essa questão (do preso e da alta população carcerária), trabalhando de forma específica e efetiva para sanar esse problema social do nosso país. Infelizmente, a realidade também atinge às igrejas, pois é cada vez mais corriqueiro ter membros com parentes presos”, declarou o pastor Luis Carlos Magalhães. Ele é capelão prisional pela Junta de Missões Nacionais (JMN) e membro do Conselho da Comunidade da Penitenciária Federal em Catanduvas (PR).

Alexandre (fundo) e Pedro pregam aos demais internos do CPP

Pedro e Alexandre afirmam que a transformação a partir da fé em Jesus só será percebida pelas pessoas com o tempo. O comportamento correto vai mostrar que a mudança é de coração, disseram. “A gente está lidando com o ser humano, e o foco é tentar recuperá-lo e devolvê-lo à sociedade para que possa dar seguimento à vida. Para amenizar (a pena) e dar ‘carga positiva’, temos atividades, trabalhos psicológicos, sociais, e com as famílias também”, destacou o diretor.

Essa nova vida e nova chance de vida é a motivação da dupla missionária. Membro da Igreja Batista Evangélica Peniel, na Capital, pastor Oséias está há 10 anos como ministro aos presos. Já Laíde, há 20. Membro da Igreja Batista da Lapa, também na Capital, ela ouviu do diretor que a presença dos cristãos é valiosa também aos 200 funcionários. Há encontros semanais com agentes.

“Esse serviço religioso é peculiar, porém não tão difícil como muitos pensam. Talvez, tal pensamento seja por falta de informação, indiferença ou preconceito”, avalia pastor Luis. Diante do desafio de evangelizar, padre Antônio Vieira recomendou aos ouvintes na Igreja da Misericórdia, há 363 anos, que se lembrassem “não só de levar os ladrões ao Paraíso, senão de os levar consigo”. Um convite a discipular quem está à margem da sociedade e sofre a consequência de más escolhas.

*Por Chico Junior

Acompanhe

Publicações relacionadas

plugins premium WordPress

César Marson

“Ministério multiforme, com treinamentos de evangelismo criativo”

Piracicaba
Evangelismo Criativo

Relatório