Professor aborda pregação e saúde da igreja na BSP18

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Entre os artigos escritos para a edição janeiro-fevereiro da Revista Batistas SP (BSP), o professor da Faculdade Teológica Batista de São Paulo Lucas Merlo Nascimento enfatiza o valor inestimável e intercambiável entre uma igreja saudável e a relevância da prédica pastoral.

Essa publicação de hoje (2) da BSP18 se soma a de outros conteúdos como o que abordou os 50 anos da Rádio Trans Mundial (RTM), o texto com dicas de livros para ler nas férias e outro sobre doação de sangue e plaquetas, os artigos do presidente da CBESP e do diretor executivo do Conselho de Administração e Missões (CAM-CBESP), e outros elaborados pelas organizações batistas do estado paulista. A reportagem principal fala da perspectiva profissional e de empreendedorismo cristãos. Todas as edições da BSP estão disponíveis gratuitamente para download aqui.

Púlpito forte, igrejas sadias*

Spurgeon foi um pastor que cuidou de seu púlpito (Reprodução)

Em 2019, completei 10 anos de trabalho em uma instituição teológica. Nesse tempo, tem sido razoavelmente comum ouvir o discurso “não sou teólogo, sou pastor”, como postura presente ou mesmo como projeto daqueles que ainda estão estudando. Essa perspectiva denuncia uma cisão das atividades de teólogo e pastor presente em nosso meio. Por um lado, aparentemente a Teologia não tem dado conta da realidade: aquelas explicações bem elaboradas ou não são compreendidas ou, quando o são, não encontram eco na vida das pessoas. Por outro lado, a função pastoral tem ganhado contornos estranhos, dialogando cada vez mais com as funções administrativas de um CEO ou de incentivo pessoal, quando não egoísticos, como uma versão ruim de coach. Esse distanciamento é ainda mais agravado em nossa tradição batista: a liberdade de consciência gera a sensação de que cada um pode dizer o que quiser, e a herança do pragmatismo americano faz do dom pastoral uma agenda de tarefas.  

Diante desse quadro, ou repensamos o papel da Teologia no ministério pastoral ou cada dia mais a reflexão teológica estará distante do mesmo. Para tanto, penso que dois elementos são fundamentais: resgatar o valor teológico da pregação e resgatar o potencial hermenêutico da Teologia. Nossos púlpitos são, queiramos ou não, lugares de labor teológico, e devido à audiência que possuem, podem ser benéficos ou maléficos. A questão que se impõe é se usamos a pregação de forma consciente, como espaço teológico. Em segundo lugar, é necessário retomar o potencial hermenêutico da Teologia. Nossa reflexão teológica precisa passar pela vida concreta. Teologia não pode ser apenas o que foi construído ao longo do pensamento cristão; precisa ser reflexão crítica, consciente e consistente para o agora, fundamentada nas Escrituras, conduzida pelo Espírito. 

Lucas Merlo Nascimento
Professor na Faculdade Teológica Batista de São Paulo (Perdizes)

* Reproduzido a partir da Revista Batistas SP (Ano IV / Edição 18).

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