Juventude e esposas de pastor falam sobre namoro

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A propósito do Dia dos Namorados, comemorado hoje (12), a reportagem da CBESP reproduz os artigos do diretor executivo da Juventude Batista (JUBESP), Nicholas Bié, e da presidente da União de Esposas de Pastor (UEPBESP), Alexandre Barros. Os textos trataram do relacionamento cristão entre jovens e sobre a participação da família, em especial dos pais, na orientação dos jovens casais.

Os artigos foram publicados na 8ª edição da Revista Batistas SP (BSP), que trouxe na capa a visita da reportagem para acompanhar o ministério de Capelania Prisional. A publicação dupla abordou ainda materiais para a Campanha de Missões Estaduais 2018.

Outros conteúdos da edição maio-junho da BSP já foi publicado no site da CBESP, como a entrevista com a missionária Andrea Espírito Santo sobre abuso infantil. Todas as edições da BSP estão disponíveis gratuitamente para download.   

O senso comum associa santidade na juventude a um comportamento geográfico, com determinada cultura, ou ainda, com mentalidade tradicionalista, pois, deixamos que preconceitos pessoais se manifestem e a definam arbitrariamente, com ideias parciais de uma religião exterior, e não com uma atitude espiritual interna, construída com diálogos.

Paulo não deixou os desejos ditarem seu comportamento (1 Co 9:24-27). Para não sermos expostos, como quem prega uma verdade sem vivê-la, defendemos um estereótipo teológico bem preparado, mas, muitas vezes sem a responsabilidade e o temor de Paulo, deixando brechas no conceito da santidade. Nossos jovens de 18-25 anos se posicionam sobre o cenário. Os meninos, na maioria, dizem não estar à vontade com o assunto. Já as meninas falaram mais abertamente do tema.

O compromisso de ser santo vale para tudo.
Inclusive para o namoro

Membro da PIB São Miguel Paulista, Andressa Diniz (23) disse que valores do relacionamento cristão não mudaram, mas, hoje se negocia princípios e o namoro é permissivo, busca desejos do corpo, e mesmo com a preocupação do testemunho no namoro cristão, e a repulsa pelos relacionamentos “full-time” (o “ficar”), para um prazer momentâneo sem compromisso, a promiscuidade é vista entre nossos jovens.

Na opinião dos jovens (homens e mulheres) entrevistados pela liderança da JUBESP sobre este assunto, os relacionamentos prolongados ocasionados pela necessidade de formação e estabilidades profissional e financeira, geralmente levam a intimidade que substitui a santidade, por relações quase matrimoniais.

Pastor e psicanalista, Juliano Machado, ministro na Igreja Batista El Shaddai de Campinas, especializado em trabalho com adolescentes e jovens, concorda com análise, fundamentando que a modernidade é quem determina o modelo dos relacionamentos juvenis, principalmente quando fundamentados no individualismo característico dessa geração, na idéia de ter tudo pronto antes do casamento, excluindo o conceito da construção conjunta.

A mudança de vida é essencial para enfrentar as tensões e as pressões

Para enfrentar essas realidades, jovens e pais apontam o diálogo saudável nesta área, discutido em família e incentivado pelas igrejas locais, como contraponto ao que ocorre em muitos ambientes escolares, profissionais, e de amizades, onde valores de santidade do jovem são inibidos pelo estereótipo da sexualidade empregado nesses contextos quando não cristãos, ou até cristãos, mas que não edificam os relacionamentos.

Presidente da JUBESP, Jonatas Oliveira aponta como um dos desafios atuais, preservar a santidade, onde pecado não está mais somente no sexo antes do casamento, mas também na preocupante e crescente promiscuidade homo-afetiva nas igrejas e em ambientes com viés político ideológico e revolucionário. Pastor Juliano acrescenta que é preciso que os nossos jovens sigam em busca de Deus efetivamente e de uma vida santa na sua sexualidade, aprendendo esses princípios desde crianças, sendo instruídos a se absterem das influências de fora das igrejas locais, seja em blogs, redes sociais, ensino secular. Para ele, essa questão é combatida por uma mudança de vida, ou passam a se fundamentar em teologias liberais e libertárias para abrigar seus pecados com conforto.

O pastor conclui alertando que se as igrejas, os pastores e os líderes não se aplicarem para entender a atual geração, e não buscarem estar preparados para dialogar adequadamente sobre temas latentes como a sexualidade, a promiscuidade, a homossexualidade e a santificação antes do casamento, o cenário tende a piorar com o tempo.

Por Nicholas Bié
Diretor Executivo da JUBESP

ZELO E ATENÇÃO*

A Bíblia apresenta pais que foram fundamentais para o namoro de seus filhos (como Abraão e Isaque, em Gênesis 24). O texto não relata diálogos diretos entre pai e filho, mas deixa claros os princípios estabelecidos no seio da família.

Escolha Orientada (v. 3, 23) – Abraão, mesmo já sendo velho, orientou o perfil da esposa para seu filho. A autonomia não deve impedir pais a orientar seus filhos sobre o perfil que se espera de um(a) namorado(a), saber mais sobre a pessoa, sua família e intenções.

Convicção de Fé e Propósitos (v. 6) – Abraão lembra-se da situação de seu povo, e prejuízos que poderiam causar à fé e aos propósitos de Deus para Isaque. Pais cristãos não podem abrir mão da fé, mesmo no namoro. Trabalhe com eles os sonhos, futuro e as afetações que as diferenças podem causar aos projetos.

Submissão e Obediência ao Senhor (v. 40) – Abraão estava certo da aprovação de Deus, e nunca deixou Seus propósitos. Mesmo em dificuldades, zelou pelo futuro casamento de Isaque.

Pais fiéis ao Senhor tratarão com segurança sobre o futuro de seus filhos. Atuar no namoro dos filhos exige um viver em integridade, nos princípios do Senhor, para a família. Não permita que seus filhos sigam no embalo social; crie sonhadores, comprometidos com Deus e seu futuro lar.

*Por Alexandra Bezerra da Silva Barros
Presidente da UEPBESP

** Reproduzidos a partir da Revista Batistas SP (Ano II / Edição 8).

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