Diretora executiva da União Feminina Missionária (UFMBESP), Mirian Vasconcelos Damasceno abordou em seu artigo para a 8ª edição da Revista Batistas SP (BSP) a tragédia do abuso sexual contra crianças e adolescentes. O tema fez parte da reportagem (“Mantendo-as longe do mau”), que tratou desse assunto.
Esta sexta-feira (18) é lembrada como Dia Nacional
do Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil
A entrevista com a missionária Andrea Espírito Santo foi publicada recentemente no site, e também complementa a reportagem sobre abuso infantil. Todas as edições da BSP estão disponíveis gratuitamente para download. A edição maio-junho da BSP abordou o ministério de Capelania Prisional e trouxe ainda conteúdo para a Campanha de Missões Estaduais 2018.
A PARTICIPAÇÃO DA MULHER CRISTÃ NO COMBATE AO ABUSO INFANTO-JUVENIL NA SOCIEDADE*
Todos os dias, a mídia apresenta um quadro de violência e abuso contra crianças e adolescentes. A Igreja do Senhor Jesus não pode ficar indiferente a essa realidade. Este é sem dúvida um tema continuamente em pauta da União Feminina, que tem tratado o assunto especialmente por meio da conscientização das mulheres, dos pais, líderes e mesmo das crianças e adolescentes de suas organizações, por meio de estudos, palestras, orientação com relação ao conhecimento das leis, dos órgãos públicos que cuidam das vítimas. O papel educativo é nossa principal ênfase, com vistas à prevenção.
Em Mateus 19.14 lemos: “Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam…”. Nesta advertência do Mestre, Ele exige um agir em prol das crianças para além das ações educacionais e sociais que viabilizam o desenvolvimento espiritual, físico e mental delas, incluindo então o combate à violência, à pedofilia, ao trabalho infantil, à prostituição infantil, pois proteger, acolher é da nossa natureza enquanto Igreja.
Mas, para que esta seja uma ação prática intencional por parte da Igreja como um todo, é importante entender o que podemos fazer, por exemplo, ao lidar com o problema, trazê-lo a público, examiná-lo e dar soluções necessárias.
O primeiro passo é a conscientização, do que se trata, como se caracteriza, perfil tanto das vítimas quanto do abusador. Ambos devem ser objeto das ações da Igreja, que deve atuar como uma plataforma educativa e inclusiva para ambos. Segundo a ONU, são quatro as principais categorias de violência (abuso) contra a criança: físico, psicológico, sexual e negligências. Infelizmente, os casos de abusos contra crianças e adolescentes nas igrejas são mais comuns do que podemos imaginar.
Por mais de uma vez tratamos a temática nos congressos e acampamentos das Mensageiras do Rei. Numa dessas oportunidades, numa sala com aproximadamente 90 meninas, oito delas haviam sido abusadas, inclusive por pastores (para cada caso foi dada a devida atenção).
Percebe-se, então, a importância da Igreja em falar sobre o tema nas classes de casais, na capacitação de líderes, nas reuniões de pais e mesmo com as crianças.
Infância: considera-se criança a pessoa até os 12 anos incompletos, e adolescentes, aqueles entre 12 e 18
Dentre outras, as principais ações que as igrejas podem adotar são as seguintes:
• Conhecer as leis e os órgãos públicos que protegem crianças e adolescentes.
• Assumir o compromisso de valorizar, defender e acolher as crianças.
• Buscar formas de atuar na vida de cada criança e adolescente do seu convívio, dentro e fora da Igreja, agindo com afeto e olhar atento.
• Realizar o acolhimento da vítima.
• Denunciar o abusador.
• Sobretudo, restaurar vidas.
• Atuar como rede de apoio das famílias.
Ainda, em Mateus 18.5, lemos: “E qualquer que receber em meu nome uma criança tal como esta, a mim me recebe.” A partir dessa consciência, sigamos todas no firme propósito de defender e proteger as crianças das nossas igrejas e de toda a sociedade, habilitadas, que somos enquanto mulheres cristãs, pelo Espírito Santo, nosso guia e orientador, para toda boa obra.
*Por Mirian Vasconcelos Damasceno
Diretora executiva da UFMBESP