Empresário e empreendedor, o goiano João Batista da Silva (47) conta que recebeu um chamado especial do Senhor. “Deus me chamou para ser sustentador da obra missionária”. Sob esse desafio, ele ampliou sua adoção de obreiros saltando de um para quase 900 missionários em 20 anos. Em visita a São Paulo na quarta (6) para um conversar sobre uma nova frente de negócios, acabou finalizando outra ação.
João ofertou quantia suficiente para adquirir 1.000 exemplares das Escrituras para a Campanha Bíblia para os Povos, projeto que prevê arrecadar R$ 40 de cada batista no próximo domingo (9) para alcançar países fechados. Com apoio da CBESP, a iniciativa é realizada pela Junta de Missões Mundiais (JMM).
‘Sou batista duas vezes. Com duas famílias, porque a denominação também é minha família’
De origem simples, com mãe lavadeira, João teve seu encontro com Jesus aos 12 anos. A família toda já seguia a Cristo. Aos 14, foi batizado. De lá para cá, ele buscou ganhar a vida e se empenhar em administrar os próprios negócios. Passando de vendedor de sorvetes na rua a coletor de recicláveis, hoje, perto de completar 48 anos, está no comando de seu escritório de contabilidade.
“Foi em 1997 que Deus começou a mudar minha história”, disse falando das oportunidades em prol do Reino que o escritório de contabilidade lhe começava a abrir. Nesse ano em questão foi quando João adotou o primeiro missionário. “Se cada igreja entendesse que tem que cumprir o Atos 1:8, nós teríamos condição, não de dobrar, mas de multiplicar por 100 todos os recursos, financeiros ou de vocacionados”, disse ao relatar que o livro “O clamor do mundo”, de Oswald Smith, foi usado por Deus para o impulsionar a Missões.
‘Meu sonho é que cada goiano adote um missionário’
A situação ia bem até 2008, quando a crise econômica o atingiu. O escritório ficou à beira da falência. Ele, a mulher, Vildean, e as duas filhas, Nicole e Emile, tiveram que se desfazer de seu único bem. Um apartamento. “Nesse período, quando não podia sustentar os missionários, Deus me ensinou outra coisa: a fazer promoção de Missões.” A maré difícil durou até 2012.
‘O despertamento dos batistas brasileiros já começou na vida de muitos irmãos pelo Brasil afora’
A circunstância começou a se reverter quando ele viu a chance de se tornar distribuidor exclusivo em Goiás de um produto novo que viu ser apresentado em um programa televisivo. O negócio alavancou e lhe deu condição de retomar o sustento a missionários e o desejo por ser missionário voluntário.
“Aprendemos a não olhar para as situações, mas seguir olhando Jesus, como diz Hebreus 12.” Membro da PIB Rio Verde (GO), ele ressaltou que toda decisão por apoio a ações missionárias é feita sempre com oração e participação de toda a família.
Há 20 anos, João começou sua adoção missionária com um obreiro. Hoje, são quase 900 irmãos e irmãs que recebem contribuições do empresário “missionário”
Para este ano, Deus plantou em seu coração o desejo por adotar todos os missionários das agências brasileiras, passando por sua igreja local à JMM. E a meta posterior é ampliar os valores de contribuição ao longo do tempo. “É um exercício de fé, e ao longo desses anos, já falhei bastante. Por isso oro pra Deus me abençoar. Uma coisa é pedir pra Deus abençoar, outra coisa é ser fiel a Ele depois.”
Sobre a doação das Bíblias, João contou que o acerto do negócio na capital paulista serviu como resposta de Deus à perspectiva de ofertar para a campanha. “Já comuniquei aos pastores”, disse sobre o aviso que mandou aos líderes responsáveis pelo projeto missionário.
Questionado sobre como sua experiência pode motivar os batistas de São Paulo, ele disse que o mais importante está no engajamento.
“Meu maior incentivo é que não se importem com a quantia (da doação) em si, tem que haver o mover no coração para se mobilizar pela obra. Se você não pode doar o valor para uma Bíblia, se junta com dois, três, para doar. A importância está no espírito de Corpo. É melhor ter 20 irmãos doando R$ 100 para Missões do que um só doando R$ 2.000”, afirmou.
No encerramento da entrevista, a reportagem da CBESP perguntou se João queria comentar algo que não havia sido perguntado: “Quero pedir que seja meu intercessor. A gente é muito frágil para enfrentar qualquer tempestade”, disse ao jornalista.