Vida pessoal amadurece através de pequenos grupos

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Reportagem principal da terceira da Revista Batistas SP (BSP), o texto sobre Pequeno Grupo Multiplicador (PGM) abordou a experiência adotada em algumas igrejas e alguns dos resultados. Entre esses frutos estão conversões, reconciliações e engajamento social.

Essa perspectiva de reproduzir a ação discipuladora é um desafio para o cristão. Foi também uma antecipação da publicação bimestral na edição de julho-agosto ao destaque sobre o tema nos dias do Congresso Estadual Multiplique, realizado em julho durante a 109ª Assembleia da CBESP (saiba mais aqui).

A primeira página da BSP foi reproduzida no dia 9, com o texto sobre os 75 anos da secção São Paulo da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil.

A quarta edição da Batistas SP (setembro-outubro) já está disponível para download. Para baixar, clique no link. Se prefere receber em casa a revista, basta preencher um breve cadastro.

Crianças também participam de pequenos grupos multiplicadores e aprendem valores cristãos (Fotos: Arquivo Pessoal)

Edificar e Multiplicar

Uma das declarações famosas do filósofo Jean-Paul Sartre é que o inferno são os outros. Viver é bom. Conviver é difícil. Essa seria a ideia. Faltou ao escritor existencialista observar que proximidade é chance para experiências transformadoras – e abençoadoras.

Um parente de um membro da Igreja Batista Central (IBC) de Santo André teve sua casa assaltada. Em um único dia, os Pequenos Grupos Multiplicadores (PGM) arrecadaram roupas, alimentos e produtos de higiene suficientes para encher cinco carros.

‘O PGM não deixa que o seu relacionamento com Deus esfrie, mas o faz se renovar sempre’ (Carlos Puccini)

Pastor na IBC, Rogério Cavelho aponta que esse é um dos sinais de como o PGM vem mudando a forma dos relacionamentos. Além disso, os grupos fizeram aumentar a quantidade de batismos na igreja. Em fevereiro e março, 18 das 20 pessoas batizadas participavam de algum grupo multiplicador.

O designer Carlos Puccini é um dos 18 batizados. O pequeno grupo foi a base para sua decisão por Cristo. “As reuniões proporcionam maior conhecimento e vontade da Palavra. O desejo ardente em participar de todo o universo cristão.”

Igreja Relacional
Para o advogado Ângelo Andrade, ex-testemunha de Jeová e um dos preletores do 31º Acampamento de Promotores de Missões Estaduais, realizado em maio passado, os relacionamentos criados pelo PGM são a verdadeira oportunidade de fortalecer a fé cristã. “O incentivo para o meu batismo foi passar de uma igreja eventual para uma igreja relacional”, afirmou.

Carlos foi um dos 20 batizados entre os convertidos via PGM

Os objetivos das reuniões feitas em sua antiga religião eram a fixação de conhecimento e acúmulo de informação, formando um indivíduo que reproduz conhecimento, disse. Ângelo apontou que um diferencial para a edificação está na busca do relacional, através do louvor, oração e testemunho, que fazem parte do grupo multiplicador.

A comunhão e o relacionamento proporcionados pelos grupos têm sido um dos aspectos mais destacados por outros participantes e organizadores. Para a bancária Roseli Maranghetti, anfitriã de um grupo multiplicador, abrir as portas de casa para um trabalho de Deus é, além de melhorar o relacionamento fraternal, um ato de gratidão. “Minha casa é do Senhor, me foi dada por Ele, é um enorme prazer agradecê-lo reunindo pessoas para adoração.”

‘Deus é essencialmente um ser relacional’ (Elzi Maciel Soares)

O vínculo de relacionamento é algo que embasa toda a situação de aprendizagem, explica a psicóloga clínica e bacharel em Teologia Elzi Maciel Soares. “A aprendizagem se dá como resultado de uma interação”, afirmou. A especialista comentou também que a criação de vínculo é algo inerente a todo ser humano. Existe uma necessidade natural de pertencimento e de relação de confiança entre as pessoas que compartilham os mesmos valores, e são dessas relações que nasce a motivação para o aprendizado.

PGM ajudou na sua conversão, diz Ângelo (Foto: Sélio Morais)

A relação em grupo interfere não somente no conhecimento, mas no amadurecimento psicológico e no desenvolvimento pessoal. Elzi destacou ainda a importância dos princípios que são reforçados, questionados ou reformulados nos grupos para o crescimento pessoal.

Na PIB de São Carlos, a implantação do projeto dos Pequenos Grupos Multiplicadores teve como objetivo criar uma vida mais centrada evangelho, na espiritualidade coletiva e não individualizada, contou o pastor Marcos Valério Souza.

“Começamos o PGM com os líderes da igreja para que houvesse humildade, desejo de servir e não de comandar, de ser mais próximo do Senhor e não para demonstrar conhecimento, sabedoria e mascarar uma falsa espiritualidade”, disse sobre a estratégia.
(Com reportagem de Guilherme Soares)

* Reproduzido da Revista Batistas SP (Ano I / Edição 3).

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