Em junho de 2014, quando chegou ao Brasil, Magloire Labady era apenas mais um entre os tantos imigrantes haitianos em busca de oportunidades no mercado de trabalho. Professor de Espanhol e Francês em seu país, ele começou a trabalhar como operador de máquinas, em Londrina (PR), seu primeiro destino. “Eu estava muito sozinho em Londrina, não conhecia ninguém, foi, então, que um amigo que morava em Nova Odessa [SP] me convidou para mudar para lá e morar com ele, e eu aceitei”, recorda.
Uma nova história em Nova Odessa
Filho de pastor, ele logo se aproximou da Igreja Batista Central de Nova Odessa (IBCNO), em Campinas, para frequentar aulas de Português oferecidas aos haitianos da cidade e, em pouco tempo, tornou-se ativo na igreja.
Funcionário do cartório local, o imigrante, que teve de abandonar a Faculdade de Linguística em seu país por falta de recursos, agora cursa Letras, na Faculdade Anhanguera. Muito estudioso, frequentou a classe de doutrinas na IBCNO e hoje atua no Ministério comunitário, dando aulas de Francês. Além disso, também integra o Ministério de Louvor, tocando teclado e contrabaixo na congregação Hispana. Um estrangeiro servindo a outros estrangeiros.
“O Brasil hoje é o meu país”
Apesar de todas as dificuldades, Labady conseguiu juntar dinheiro para comprar instrumentos que serão doados para a sua igreja no Haiti, assim que para lá voltar, em visita à sua família.
“Quero rever meus pais e meus irmãos, mas não tenho planos de voltar a viver lá. eu cheguei ao Brasil sozinho e hoje tenho uma família aqui. A Jane, esposa do Pr. Renaldo Zeeberg, me adotou como filho. Durante todo o tempo que estou em Nova Odessa, tenho uma família a quem posso pedir conselhos a cada passo. O Pr. Davi Liepkan, os pastores e membros da Igreja Batista Central são a minha família. O Brasil hoje é o meu país”, afirma.
(Reproduzido do texto publicado na Revista Batistas SP de março/2017)